12.10
Hoje foi a primeira vez que comprei um azeite de oliva, também foi a primeira vez que enviei um e-mail pra alguém. Sinto um amor muito grande dentro de mim, uma felicidade enorme, me sinto como quem abraça uma criança. Vivo.
Talvez é porque fui na academia, e liberei endorfina. Talvez é porque passei meu perfume favorito e o aroma de tempo em tempo me relembra do porque a vida é boa de se viver, ou cheirar. Não sei, mas sei que tem beleza no ordinário.
Não sei se fiz algo esplêndido hoje. É como se eu tivesse uma língua gigante, e eu estivesse me lambendo. É COMO SE EU fosse um gato, lentamente tomando banho, calmamente se limpando, textura da língua tocando textura do pelo e tudo é tão fofo e carinhoso. Sujeira que vai pra onde? Sabe-se lá Deus. A curiosidade da criança morre um pouco no poeta adulto, que ao invés de questionar aprecia, se enamora. E se diverte. A criança também, mas se diverte dessa maneira conflitante, criança é conflito. Eles vão dentro e cruzam portais sem nem saber onde vai dar. Talvez por isso os adultos, ao invés de questionarem apenas observam, porque já fizeram muitas questões e delas conhecem resposta. Que as vezes. é. chata. E desmilinguida. A criança precisa descobrir.
Um portal cheinho de si e repetidas são as expressões. Se é triste? Fica dez, mil vezes mais. Se é feliz? Amarelada fica toda a superfície. Um simples hehehe vira HEHEHEHHEHEHEHHEHEHEHEHHEHEHEHEEHHEHEHEHEHEHEHHEHEHEHEHE e pra sempre pode ser ouvido. Pra um narcisista, talvez não seja ruim olhar pro lado e ver outro de si, olhando pra outro de si, que no exato momento o olha de volta. Desperdício de olhares. Agora, em um simples fechar de pálpebra tudo está acabado. Nada mais existe. Pois um portal se fechou e outro se abriu. O do nada. O de fuga. É assim que me sinto, ou que o mundo tem me feito sentir. Dormir e sonhar ou acordar e me ver e me ver e me vender.
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